sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sobre-viver... rs

Estou passando aqui hoje para compartilhar com vocês algo que está queimando em meu coração. É engraçado como há vezes em que, por mais que nós venhamos a falar insistentemente sobre entregar tudo ao Senhor, quando chega o momento da entrega, nós refutamos. Acho que é porque um dos desejos mais almejados pela carne é o poder (em todas as áreas da nossa vida). E quando entregamos verdadeiramente tudo ao Senhor e passamos a viver olhando para Ele, admitimos que não somos capazes de viver de modo independente. Isso, por consequência, nos leva a entender que perdemos o poder (controle) sobre nossa própria vida.

Recentemente, passei por algumas situações que expuseram, principalmente para mim, esse meu lado. Mas quando eu parei de buscar "controlar" a minha vida, Deus começou a revelar o Pai que Ele é. E é isso que temos que ter consciência: Ele é Pai e que nada foge ao seu controle. Ele é consolador, Ele é insondável, Ele é Deus!

O Senhor, no alto de toda a Sua sabedoria, sabe o que é melhor para nós, e, se Ele permite que nossos planos sejam frustrados, é porque isso vai trazer crescimento para a nossa vida. Portanto, olhemos para Ele, e sem pestanejar, corramos a corrida que nos é proposta (Hebreus 12). Ainda que você não tenha o que quer aqui nessa terra, nunca deixe sua fé esmurecer, Deus é Deus. Nosso tesouro maior está nos céus, lá está a nossa herança.


Essa semana, enquanto meditava sobre esse período da minha vida e como eu reagi a ele, algumas palavras começaram a brotar no meu coração. Essas são as minhas palavras para o Senhor:

Eu quero estar nos braços do meu Pai,
acalentado, seguro para descansar,
Eu quero estar nos braços do meu Pai,
bem embalado, sabendo o que é amar,
Eu sou pequeno e vulnerável,
sou um filhinho no chão,
de braços abertos, olhando para o alto
querendo estar no colo do meu Pai.
Por isso eu choro, pois não sei como pedir,
Por isso eu choro, pois não sei como agir,
Por isso eu choro, até ser ouvido,
Por isso eu choro, pois só quero Ele comigo.
Em Seu colo sou levantado,
e vejo como é ser crescido.
Em Seu colo vejo nos olhos
de quem quero ser parecido.
Em Seu colo posso dormir
Em Seu colo posso sorrir
Em Seu colo posso até chorar,
mas só em Seu colo, sei que tudo passará.

Enquanto ainda falava com o Senhor sobre essas coisa, sobre meu arrependimento, sobre a minha dependência d'Ele, senti o Senhor respondendo. Essas são as palavras d'Ele:

Alegre-se, ó filhinho Meu,
atentei para a sinceridade de seu coração,
e já porei fim ao seu luto.
Alegre-se, pois é muito amado,
e o perdão já habitava em meu coração
mesmo antes do seu choro.
Mais uma vez lhe digo: alegre-se!
Sorria, juntos festejaremos.
Agora que estás novamente Comigo,
poderei fazê-lo desfrutar de todo o meu Amor.
Que sua face resplandeça em felicidade,
atraindo aos seus irmãos.
Sorrindo, vá chamá-los,
diga-lhes que Eu os amo,
e espero por eles, de braços abertos.

Como já disse antes, Deus tem um propósito em todas as coisas. Que nós não venhamos a deixar que as coisas momentâneas dessa vida nos abater, antes olhemos para Ele. Lembremos que nós não somos daqui, pois nossa morada eterna é celestial.

Para terminar, gostaria de compartilhar uma palavra que está no evangelho de João, capítulo 6, versículo 68. Após realizar a primeira multiplicação de pães, uma multidão começou a seguir Jesus. Ele, vendo isso, começou a mostrar àquela multidão o que é verdadeiramente viver olhando para o Senhor (depois leia todo o capítulo 6, para ter um melhor entendimento). Como a mensagem era dura, e aquela multidão O estava buscando porque Ele podia saciar as suas vontades momentâneas, muitos voltaram atrás. Então Jesus perguntou para os seus verdadeiros discípulos: "Vocês também não querem ir embora?"... e a resposta foi:

"Simão Pedro lhe respondeu: Pra quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna." (João 6.68)

Só Ele tem as palavras de vida eterna... vale a pena permanecer, mesmo que esse seja o caminho mais difícil... Acredite, por pior que possa parecer a situação, n'Ele você vai sobreviver...

sábado, 17 de abril de 2010

Sobre uma canção... sobre uma oração...




Sei que és Deus

Não quero mais caminhar no ermo,
Não quero mais andar sem direção,
Não quero mais voltar aos mesmo erros
Que só machucam o Teu coração.
Não quero mais estar sozinho
Vivendo a vida só para mim.
Quero habitar bem junto ao Teu ninho
E ter Tuas asas sempre sobre mim

Porque és Deus, e tens sempre o melhor
Tu és Deus, e Teu amor é bem maior
És o Deus cuja graça é sem fim
És meu Deus, venha cuidar de mim

Não quero mais a terra estéril,
Nem plantar para não colher.
Não quero mais dar passos em falso,
O que em Ti nunca irá acontecer
Que a Tua voz rompa com o silêncio
Dentro de mim, em meu coração
Venha curá-lo de todo sangramento,
Só o Teu amor traz restauração.

Porque és Deus, e tens sempre o melhor
Tu és Deus, e Teu amor é bem maior
És o Deus cuja graça é sem fim
És meu Deus, venha cuidar de mim

Sei que és Deus, e tens sempre o melhor
Tu és Deus, e Teu amor é bem maior
És o Deus cuja graça é sem fim
És meu Deus, venha cuidar de mim

Sei que és Deus, e tens sempre o melhor
Tu és Deus, e Teu amor é bem maior
És o Deus cuja graça é sem fim
És meu Deus, venha cuidar de mim

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sobre a plenitude no deserto...


O que você precisa para ser feliz? O que deixaria você contente com a sua vida? Seria uma casa? Um carro? Um bom emprego? Amigos para a vida toda? Um casamento?

Todas essas coisas são muito boas, porém, nenhuma delas satisfaz de verdade. A prova disso está no fato de não ser muito difícil encontrarmos pessoas que têm mais de uma casa e mais de um carro. Há pessoas que estão sempre procurando um salário mais alto, querendo sempre fazer novas amizades, ou se divorciando e procurando novos casamentos.

Por esses dias, acordei pensando em uma palavra: plenitude. Acordei me perguntando sobre o que é ser pleno? Numa resposta rápida, plenitude nada mais é do que sentir-se completo e estar feliz por isso. Mas o que nos traz a real felicidade? Tendo em vista que as pessoas estão sempre querendo preencher o seu vazio, buscando mais das coisas citadas acima, entendemos que nenhuma delas traz plenitude para a nossa vida.

Sinceramente, se nossa vida fosse um copo d'água, essas coisas, na verdade, seriam furos que nos impedem de ser verdadeiramente preenchidos. Pois essas coisas, quando buscadas com intensidade, ocupam o lugar que pertence a Deus no nosso coração.

Quer ver um exemplo: Israel no deserto. Deus havia prometido uma terra maravilhosa àquele povo e já estava chegando o tempo d'Ele cumprir o que lhes havia prometido. Quem olhasse para eles, com certeza teria facilidade em duvidar da palavra do Senhor, afinal, eles eram escravos no Egito e sem nenhuma perspectiva de mudança. Mas Deus, que não pode mentir, demonstrou a Sua fidelidade levantando Moisés e libertando-os das mãos egípcias.

O incrível é que isso não foi suficiente para o povo. Lá em Êxodo, capítulos 14 e 15, há a narrativa da perseguição dos egípcios ao povo israelita após a libertação dada pelo Faraó. O povo se encontrava à beira do Mar Vermelho e, ao ver o exército de Faraó se aproximando, começou a temer e a reclamar com Moisés, dizendo:

"Foi por falta de túmulos no Egito que você nos trouxe para morremos no deserto? O que você fez conosco, tirando-nos de lá? Já lhe tínhamos dito no Egito: 'Deixe-nos em paz! Seremos escravos dos egípcios! Antes ser escravos do egípcios do que morrer no deserto'" (Êxodo 14.11,12)

Moisés, que era um homem pleno no Senhor, então lhes respondeu da seguinte maneira:

"Não tenham medo. Fiquem firmes e vejam o livramento que o SENHOR lhes trará hoje, porque vocês nunca mais verão os egípcios que hoje vêem. O SENHOR lutará por vocês; tão somente acalmem-se" (Êxodo 14.13,14)

Então o Senhor abriu o Mar Vermelho, Israel passou, e o exército egípcio morreu afogado quando tentou passar pelo caminho aberto por Deus. Porém, nem isso foi suficiente, porque à medida que as dificuldades apareciam no deserto, o povo voltava a murmurar. E Deus, apesar disso, continuou a dar-lhes o que precisavam. Se tinham fome, vinha maná do céu; se tinham sede, a água jorrava da rocha; se tinham calor, uma nuvem os cobria de dia; se tinham frio, uma coluna de fogo os aquecia e os iluminava à noite; em 40 anos de caminhada, suas roupas não rasgaram e suas sandálias não ficaram gastas.

Tudo isso Deus proveu, mas nada isso não os satisfez. Impressionante, não acha? E qual foi a consequência disso? Eles não viveram aquilo que Deus tinha para a vida deles. Sendo assim, você pode dizer que Deus mentiu? De maneira nenhuma, a geração seguinte entrou na terra prometida, mas a geração que foi escrava não.

Em Filipenses 3, do versículo 10 ao versículo 14, Paulo, inspirado pelo mesmo Espírito que nos preenche, escreve o seguinte:

"Quero conhecer Cristo, o poder de Sua ressureição e a participação em Seus sofrimentos, tornando-me como Ele em Sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressureição dentre os mortos. Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para traz e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus."

Então você deve estar se perguntando: O que Israel no deserto tem haver com o que Paulo disse?

Israel, quando no deserto, cometeu um erro terrível. Eles se encantaram com a vida de conforto da promessa de habitarem em uma terra onde manava leite e mel. Essa visão da promessa, na verdade, tirou o Senhor do centro da vida deles, por isso que eles caiam em desespero e desilusão quando as dificuldades se apresentavam. Se prendendo ao que passou, eles chegaram ao ponto de sentir falta da escravidão, porque, pelo menos lá, eles tinham carne para comer.

Qual é o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus? É a casa própria? É o carro? É emprego novo? É o casamento? Muitas vezes, estamos tão mergulhados em nós mesmos que nos esquecemos da verdadeira promessa. O nosso prêmio é a salvação. A Glória que Deus dá não é efêmera como a que o mundo dá.

Creio que todos os acontecimentos com os israelitas no deserto retratam a nossa vida hoje. Vivemos em um grande deserto, esse mundo é o grande deserto. A vontade de satisfazer nossas necessidades, se não forem bem administradas, acabam nos cegando como fizeram com Israel.

Todos nós, que buscamos ter um relacionamento com Deus, temos algo que o Senhor gerou em nosso coração... é um chamado, é uma promessa. Aliás, creio que todo chamado é uma promessa e que toda promessa é um chamado. Porém, se isso se tornar maior do que Deus em nossas vidas, certamente pereceremos, pois iremos buscar o cumprimento disso em caminhos que, muitas vezes, não foram abertos pelo Senhor.

Temos que ter em vista que, primeiro de tudo, se o Senhor prometeu, Ele cumprirá, basta descansar n'Ele. Israel não descansou no Senhor, antes ficava aflito, temia e murmurava. Bem diferente de Moisés, que como já disse antes, era um homem pleno no Senhor.

Apesar disso, uma coisa me chamou atenção nessa história. Moisés também não entrou na terra prometida. Confesso que fiquei sem entender a princípio, e orei pedindo direção de Deus, pois isso poderia "comprometer" a veracidade da palavra que nascia em meu coração. E Deus respondeu. Moisés não entrou na terra prometido porque ele era tão pleno no Senhor, que, para ele, isso não fazia diferença nenhuma. Independente de cumprir-se ou não a promessa, Moisés não amava a Deus pelo Ele podia lhe dar, mas O amava por quem Ele é. Ele entendia que Deus podia ou não cumprir aquela promessa, porque Ele é soberano.

Claro que nós não devemos desistir nem ignorar aquilo que Deus nos falou, até porque isso seria falta de fé. E sem fé, ninguém verá a Deus. Mas isso significa estar feliz a todo momento, esperando n'Ele, sem ficar ansioso ou criar expectativas que, no final, só trazem decepção.

Por esses dias também, ouvi algo que, honestamente, eu não sabia. O tempo normal de caminhada da distância entre o Egito e a terra da promessa era de 12 dias, mas Israel andou 40 anos. Deus, às vezes, nos faz dar voltas, para que nós venhamos a aprender que, acima de tudo, nós só dependemos d'Ele. Há vezes em que Ele já proveu o que precisávamos, mas nossa ansiedade cega nos faz querer sempre mais.

Quando olhamos, dependemos e descansamos em Deus, não precisamos de nada para nos satisfazer a não ser a Sua presença. Não precisamos de coisas, pessoas, denominações ou religiões para estarmos felizes em Deus. Não devemos desprezar nada do que Ele nos dá, pois isso é provisão diária d'Ele (esse é o Seu maná no deserto) em nossa caminhada.

Assim como fez com Israel, a caminhada no deserto nos prepara para viver na verdadeira terra prometida, a Glória, ao lado do Pai, junto com aquele que nos amou tanto, que sofreu terrivelmente por nós. A verdadeira promessa é estar com Jesus, pois é Ele quem no completa. Cabe a nós olharmos para Ele ou não.