domingo, 15 de março de 2009

Sobre o perdão...


Há um tempo atrás, quando minha namorada e eu éramos apenas amigos, nós estávamos conversando sobre as coisas de Deus e, do nada, ela puxou um assunto que mexeu muito comigo. Ela começou a falar sobre as leis e o Amor de Deus. Isso era algo que na hora nem ela sabia direito porquê estava pensando nisso. Mas é certo que, como em todas as outras coisas, Deus colocou isso no coração dela com um propósito.

Conversa vai... conversa vem... e eu comecei a entender mais nitidamente porquê o Amor de Deus é superior às leis. Todos nós sabemos disso, mas eu vejo que falta profundidade no povo de Deus. Nós sabemos das coisas por convenção, por repetição de comportamento... mas essa é outra história, se eu continuar a falar sobre isso vou perder a minha linha de raciocínio.

Bem, eu entendi que o Amor é superior às leis porque o rígido cumprimento das leis atribui, necessariamente, a culpa a alguém, e isso depõe contra o perdão, que é uma das maiores virtudes (isso se não for a maior virtude) do Amor.

Só para deixar bem claro, eu não estou aqui para falar de um tema jurídico. Isso é uma reflexão sobre o sobrenatural do Senhor.

A busca por um relacionamento íntimo com o Senhor tem sido o desejo mais ardente no meu coração. Tenho passado meus momentos de silêncio a pensar sobre o Seu Amor, tento entender esse Amor para, assim, senti-lo plenamente. Por isso, eu tenho lido na Palavra tudo aquilo que eu encontro sobre o Amor.

Recentemente, enquanto lia o livro de Cântico dos Cânticos, um "trechinho" saltou aos meus olhos. Lá em Ct 3.5b está escrito: "Não despertem nem encomodem o amor enquanto ele não o quiser."

Isso levantou algumas perguntas na minha cabeça. Afinal, se amar é tão bom, por que me privar dele? Por que não despertá-lo? Em que eu o incomodaria?

Mas, aos poucos, eu venho entendendo que o problema não é o amor, somos nós. Às vezes, NÓS é quem não estamos prontos para amar. Deus já nos ama desde o príncipio, e é por nossa "culpa" que nós não desfrutamos desse Amor.

Essa é a palavra chave: Culpa.

O Amor de Deus é incompriensível por nós porque nós estamos imersos nesse sentimento que nos prende, que nos trava. E isso "enjaula" o derramar do Amor e da Presença de Deus sobre as nossas vidas. Deus não fica apontando nossos erros, somos nós. Ele já sabe dos nossos pecados e já fez o que tinha que ser feito para corrigi-los, tanto é que Ele deu seu filho unigênito para que morresse pelo perdão de todos esses pecados (João 3.16).

O que Ele quer é arrependimento. A culpa é fruto da nossa psique, mas o arrependimento vem do coração. E é isso que o Pai procura, corações sinceros, arrependidos, verdadeiros. Não sei se você já notou, mas a nossa verdade é aquela que escondemos no nosso coração (Lucas 12.34).

Nós já temos o Perdão do Pai, o que nos falta é o nosso próprio perdão.

Antes de encerrar, eu gostaria de fazer uma ligação entre esse texto e o último que foi publicado aqui. Leia Mateus 22.37-39. Lembre-se que você e eu somos feitos a imagem e semelhança do Senhor. A culpa é auto-destrutiva. Se você não se ama, como você irá amar ao próximo? E, se você não ama o próximo, a quem vê, como você irá amar a Deus, a quem não vê? (1 João 4.20)

Até logo!