quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sobre estar sensível...

Depois de muito tempo, finalmente estou voltando aqui para trocar algumas palavrinhas com vocês. As exigências do dia a dia tem me impedido que voltar aqui com frequência, mas eu não consigo ficar longe por muito tempo. Por falar em muito tempo, quero compartilhar hoje uma palavra que está em meu coração há quase um ano.

"A que posso comparar esta geração? São como crianças que ficam sentadas nas praças e gritam umas às outras: ‘Nós lhes tocamos flauta, mas vocês não dançaram; cantamos um lamento, mas vocês não se entristeceram’. Pois veio João, que jejua e não bebe vinho, e dizem: ‘Ele tem demônio’. Veio o Filho do homem comendo e bebendo, e dizem: ‘Aí está um comilão e beberrão, amigo de publicanos e "pecadores" ’. Mas a sabedoria é comprovada pelas obras que a acompanham". (Mateus 11.16-19)

 Durante algum tempo, essa palavra de Mateus 11.16 foi uma incógnita para mim. Eu não conseguia entender a metáfora das crianças tocando flauta e dançando que Jesus utilizou para ensinar ao povo nessa passagem. Mas faz algumas semanas que, ao ouvir uma canção sobre essa passagem, Deus me revelou algo.

Se você der uma olhada no contexto, verá que Jesus está falando sobre o Reino de Deus e sobre a Sua vinda. Então Ele fala que nós somos (sim, nós somos a geração a qual Ele se refere) como crianças que ouvem o som de flautas mas não dançam, que ouvem canções de lamento, mas não choram. Ou seja, Ele fala de crianças insensíveis aos sinais que marcam o tempo.

Existe um tempo para todas as coisas, já dizia o pregador em Eclesiastes 3. Eu creio que Jesus estava falando da falta de sensíbilidade no coração do povo e dos religiosos da época. Deus estava enviando salvação para um povo perdido, mas esse povo não reconheceu os sinais de Deus. Esse povo estava tão insensível, que nem reconheceu que estava perdido (o que perdura até hoje).

Quando Ele enviou João Batista, Ele queria arrependimento. Ele queria trazer à tona os pecados que o Seu povo não enxergava que estava cometendo (ou enxergava, mas ignorava). Mas o povo rejeitou João. Então veio Jesus, trazendo não só arrependimento, mas também graça, perdão e justificação. E o povo também rejeitou Jesus, o seu salvador.

Ainda hoje, o povo não está sensível para discernir quando é tempo de chorar e clamar, nem quando é tempo de se alegrar e dançar. Nós estamos distraídos com nós mesmos, como nossas brincadeiras do dia a dia. Estamos buscando coisas vãs, que são passageiras e podem até tomar o lugar de Deus em nossas vidas se deixarmos.

Sim, se deixarmos, o que é passageiro pode tomar o lugar do que é eterno.

Sabe, Deus também chora. Ele chora quando nos entregamos por inteiro aos desejos que nos afastam d'Ele. Mas Ele também se alegra quando rejeitamos qualquer coisa, inclusive nós mesmos, por amor a Ele. E isso não fica em vão.

Quem dentre nós pode dizer que se alegra de verdade quando alguém aceita Jesus como seu único e suficiente salvador? Confesso que eu não. Isso porque eu estou insensível. Essa é a mesma insensibilidade que me faz ignorar (às vezes sem querer, mas também, outras vezes querendo) um pedinte na rua. Eu não me alegro nem choro quando necessário.

"(...) Mas a sabedoria é comprovada pelas obras que a acompanham."
( Mateus 11.19b)

Essa palavra final fala de frutos. A todo momento, nós estamos plantando algo. Precisamos estar sensíveis a isso também. Nossas atitudes revelam muito mais sobre quem nós somos do que nossas palavras. Palavras podem ser vãs, mas as atitudes sempre nascem primeiro no coração.

O que é sábio frutifica para o bem, mas o tolo sozinho se condena. Tenho pensado muito nisso. Eu não quero me firmar no que perece, nem ficar chocado quando tudo que é passageiro finalmente passar.

Antes de encerrar, gostaria de indicar uma música. Essa é música que falei ainda a pouco... a que me ajudou a entender mais essa palavra das crianças insensíveis. Espero que você goste.



Quanto mais perto do Senhor, mais sensíveis estamos para ouvir a Sua voz. Então busque.
Que Deus te abençoe e te guarde.