quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sobre um desejo em poucas palavras



Cubra com Tuas mãos os meus ouvidos
para que em meu coração ressoe
apenas o doce som da Tua voz.
Faz-me um discípulo do Teu amor,
o mais perfeito dos caminhos,
para que meus pés não vacilem
quando a vereda for estreita.
Debaixo de Tuas asas abrigo minha angústia,
sei que somente em Tuas alturas
encontrarei o verdadeiro descanso.
Leva-me ao lugar onde Tua presença
dissipa todas as sombras,
pois é lá que quero estar.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Sobre andar com Deus



Sabe, lá no comecinho da minha vida com Cristo, o Senhor me revelou aquela famosa passagem que está em Genesis 5.24: "Enoque andou com Deus; e já não foi encontrado, pois Deus o havia arrebatado."

Eu me lembro de ficar impressionado com a simplicidade dessa passagem. São poucas palavras, porém elas dizem muito. Essas palavras nos dão liberdade para imaginar o que Enoque poderia ter feito para que Deus o quisesse para Ele. O que será que Enoque fez para que o Senhor estivesse tão ansioso para tê-lo consigo? A tal ponto de não conseguir esperar que seu corpo viesse a cumprir o tempo que o próprio Deus havia determinado.

"Enoque andou com Deus..."

Mas, a simplicidade de Deus é algo bastante complexo. Ela é tão complexa que apenas conseguimos entendê-la se nos deixarmos moldar por Suas mãos. Então, com o tempo, Ele vai, aos poucos, nos abrindo o entendimento, nos enchendo da Sua sabedoria e nos revelando os Seus mistérios...

Eu duvido que Enoque conhecesse de cor todos os versículos da Bíblia, mesmo porque o livro de Gênesis, o primeiro do pentateuco, só foi escrito por Moisés muito tempo depois de Deus tê-lo arrebatado. Será que ele comia e se vestia de maneira que agradasse a Deus? Sim, mas não é a vida mais importante que a comida, e corpo mais importante que as vestes (Lucas 12.23)? Então eu acho que isso não foi determinante, pois o Senhor olha o coração.

"... o Senhor olha o coração..."

Olha, eu não posso ser leviano e dizer que eu sei a resposta, porque eu não sei. Mas creio que Jesus veio para nos dar essa resposta. Ele disse que Ele é O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA.

Pronto! Acho que eu já poderia encerrar essa postagem por aqui, que tudo estaria esclarecido. Afinal, a questão central não seria que tipo de vida Enoque levou?

Andar = Caminho = Jesus
Dúvida = Buscar a verdade = buscar a Jesus
Tipo de Vida = Vida = Jesus

Na falta de palavras, eu poderia colocar essa demonstração, quase matemática, diga-se de passagem, e ir... sei lá... assistir TV ou maltratar a minha viola (por eu não saber tocar direito, ela dá uns gritos de vez em quando rs).

Porém, o que Deus tem me revelado nos últimos dias vai além da lógica matemática. Eu me lembro que, após ler Gn 5.24, pedi ao Senhor que me concedesse intimidade com Ele, que me enchesse da sabedoria vinda d'Ele... Entretanto, eu esqueci de pedir o que Ele me desse aquilo que sempre esteve a minha disposição, mas eu ainda não conhecia: o Amor.

Em I Co 13, o apóstolo Paulo escreve esse que, sem sombra de dúvida, deve ser o mais lindo (e lido, prinpalmente pelos enamorados) dos versiculos bíblicos. Na verdade eles começam no finalzinho do capítulo 12.

"Passo agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente." (I Co 12.31b)

Enoque deveria conhecer o amor que Deus tinha por ele e, consequentemente, retribuia este amor na mesma quantidade. Nós não podemos amar se não sabemos o que é o amor... Nós não podemos ser amados se tivermos medo de ser amados... Enoque deve ter aberto o seu coração pra Deus e dito: "Venha Senhor! Venha me amar! Faça-me conhecer o Seu doce amor!"

Quero lembrar que, até onde me consta, depois de Enoque, apenas Moisés e Elias foram arrebatados pelo Senhor... e isso é muito pouco. O Senhor quer mais, Ele quer mais de nós... talvez seja por isso que ainda não houve o grande arrebatamento, porque falta amor.

Quando morreu por nós naquela cruz, Jesus nos ensinou a amar. Ele se desprendeu da vida e se sujeitou à dor da morte pelo simples fato de nos amar. Ele rasgou o véu, e nos deu a intimidade de Enoque...

Ser cristão significa ser igual a Cristo. Então, que nós venhamos a carregar a nossa cruz, que nós venhamos a nos sujeitar a dor da morte para este mundo, que nós venhamos amar a Deus. Não importa como você estiver, o que você tenha feito (ou deixado de fazer), não importa quais são os seus pecados, VAMOS ANDAR COM DEUS!

(...)

Gostaria de encerrar lembrando que quando os noivos se amam, mas se amam intensamente, o relacionamento deles acaba terminando, ou melhor, dando inicio à intimidade do casamento.

Desejo o Amor pra você!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Sobre a corça sedenta

Como era de costume, algumas corças caminhavam tranquilamente em meio ao parque onde viviam. Este parque fornecia tudo o que era necessário para que uma corça levasse uma vida confortável. Os animais tinham a sua disposição as mais finas ervas para seu alimento, água pura e corrente para saciar a sua sede, e espaço para que seus filhotes crescessem e dessem continuidade àquela vida rotineira.
Mas, dentre elas havia uma corça, uma pequena corça, que não estava satisfeita com essa maneira de viver. As águas não saciavam a sua sede e as ervas finas há muito tempo haviam deixado de fortalecer o seu corpo. Ela queria mais, muito mais. Aos poucos ela foi ficando cada vez mais solitária, pois no íntimo do seu coração ela sentia que já não fazia parte daquele meio. As outras corças também se afastaram dela, achavam que ela estava enlouquecendo, afinal, o que mais poderia querer uma corça? Perguntavam elas, contemplando tudo que já possuíam.
Certo dia um rugido quebrou essa rotina. As corças ficaram assustadas, aquele era um som que elas nunca ouviram antes. O rugido chamou a atenção daquela pequena corça, entretanto, diferentemente das demais, ela não estava com medo. Era esse o som que durante todo o tempo ela ouvia em seu coração. Ela sabia que esse era o seu chamado. Porém, ela estava momentaneamente confusa, seus ouvidos ouviam, mas seus olhos não encontravam a direção que deveriam tomar.
De repente, surge do meio da mata o Leão. Com seu olhar imponente, ele levantou questões que o bando não conseguia responder. Elas se perguntavam sobre os motivos daquela presença. Não era comum haver um leão entre elas, o habitat do Leão era muito distante dali. Mas sendo o rei que é, o Leão age de acordo com sua soberana vontade. Após um segundo rugido, as corças correram, deixando para trás a pequena corça, que permanecia ali, fascinada com aquela ilustre presença.
Então, o Leão se virou e correu na direção contrária ao bando, abrindo caminho pela mata. A pequena corça não pensou duas vezes, e correu atrás do Leão. Sedenta e consciente de que esse caminho a levaria a ser livre, ela apenas o seguiu. Durante toda a busca, a corça alimentou esperanças em seu coração, que anseava em alcançar o Leão.
Em todo o percurso, a corça enfrentou dificuldades, afinal uma corça não é naturalmente dotada da mesma mobilidade de um Leão. Mas o desejo que a movia não era natural. Sendo assim, ela não desistiu, nem olhou para trás. Ela não queria perder de vista o Leão que ia a sua frente. E a busca não terminava. Aos poucos a paisagem foi mudando, e o que antes era um atraente parque, logo deu lugar a um deserto. Esse era mais um motivo para a corça não desistir. "Ora, parar em um deserto é servir de alimento para os abutres", pensava a corça.
No cair da noite, o Leão parou sobre uma duna. Lá do alto, ele enxergava a corça, que por sua vez também parou. Novamente ele se virou e desceu. Por estar em um lugar mais baixo, a corça não viu para onde havia ido o Leão. Sedenta e cansada, ela começou a chorar. De tão altos, seus gemidos espantaram até os abutres, que não se atreveram a chegar perto da corça. Ao ouvir este clamor, o Leão voltou à duna. Vendo que a corça precisava dele, deu o mais alto de seus rugidos, e descendo novamente, em seguida.
Motivada por aquela poderosa voz, a corça encontrou forças para subir a enorme duna. Lá de cima, ela se surpreendeu. Do outro lado havia um oásis, onde o Leão a esperava. A corça, então, desceu correndo e foi matar sua sede em um lago que havia bem no meio daquele pequeno paraíso. Às margens do lago, a corça se deitou.
O Leão se aproximou dela, deitando-se ao seu lado. Demonstrando um inexplicável amor, o Leão começou a lamber a corça. Ela mais uma vez se surpreendeu. Este ato a fez lembrar da sua incessante busca. Neste momento ela se deu conta de que já não era mais uma pequena corça. A busca havia fortalecido o seu corpo.
As noites no deserto são muito frias. Sabendo disso, o Leão colocou sua pata sobre a corça, afim de mantê-la aquecida. Depois de tamanho esforço, a corça provavelmente acordaria com dores terríveis que a impediriam de caminhar novamente. E isso não poderia acontecer, pois a busca continuaria pela manhã.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Sobre as águas (com muito mais)

Essa é uma música da Nívea Soares que exemplifica o atual desejo do meu coração...



Letra:

Estar aqui é sempre tão difícil
Olhar em volta e não ver mais que a escuridão
As ondas vem a cada dia sobre mim
Ventos incessantes não me deixam descansar
Mesmo assim estou de pé
Não tenho nada além de um sonho e uma inesgotável fé
Isso me faz insistir em estar aqui
Você sabe, eu quero fazer mais que apenas viver

Eu quero andar sobre as águas sem medo de me afogar
Mesmo que os ventos me façam tremer
Olhando em teus olhos
E segurando em Tuas mãos, eu sei que está tudo bem

As ondas tentam me desesperar, me desacreditar
Os ventos dizem que tudo isso é bobagem
E o que vale é a realidade
Mas em Tuas mãos eu posso ter força pra seguir e não olhar pra trás
Só quero ouvir Tua doce voz a me dizer: "Vem sem medo, vem!"

Eu quero andar sobre as águas sem medo de me afogar
Mesmo que os ventos me façam tremer
Olhando em Teus olhos
E segurando em Tuas mãos eu sei, sim, eu sei, não é ilusão
Eu sei que nossos sonhos são reais
E quando tudo parecer tão frio e só
Me leve em Teus braços e me faz descansar

Eu quero andar sobre as águas sem medo de me afogar
Mesmo que os ventos me façam tremer
Olhando em teus olhos
E segurando em Tuas mãos, eu sei que está tudo bem

Eu quero andar sobre as águas...
Eu quero andar sobre as águas...